I'm Thinking of Ending Things // Análise
- Pedro Mendonça Santos
- 17 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
Realizador // Charlie Kaufman
Ano // 2020
Género // Drama, Thriller
Classificação // 8:10
Onde ver // Netflix
Links // Rotten Tomatoes * IMDb
"Das melhores experiências cinematográficas deste ano."

‘I’m Thinking of Ending Things’ (‘Tudo Acaba Agora’, título em português), é um filme exclusivo Netflix que estreou em Setembro de 2020 no site de streaming, realizado por Charlie Kaufman numa adaptação do livro com o mesmo nome do Canadense Iain Reid.
Este é um filme que deverá dividir bastante a opinião dos espectadores, podendo inclusive ver no site Rotten Tomatoes e confirmar que, de facto, a maioria não ficou muito impressionada com a história, ao contrário dos críticos.
Sem querer entrar em spoilers ou em informações que possam comprometer a experiência, posso dizer que a longa-metragem trata a história de uma mulher jovem que viaja com o seu namorado até à casa dos pais deste. Durante essa viagem, ela questiona a relação que tem com o seu namorado.
Vi este filme sem ter acesso a qualquer tipo de informação sobre a história e acredito que essa deveria ser a postura de quem ainda não o viu e pretende ter a melhor experiência possível. No entanto, admito que o total desconhecimento do livro e enredo possa afastar alguns espectadores durante a sua visualização. A determinada altura o observador poderá se questionar sobre o que efetivamente está a acontecer - constatação semelhante teve quem leu o livro -, seja pela componente insólita, seja pela narrativa alternada; nada obstante, todos os minutos da longa agarraram-me completamente ao ecrã e foi das melhores experiências cinematográficas que tive este ano.

"Lukasz Zal é um dos melhores diretores de fotografia do mundo."
Dada a complexidade da história base, fiquei bastante impressionado sobre a capacidade de Charlie Kaufman em transmitir isso para o ecrã. Apesar dessa complexidade, a dinâmica entre os personagens é extremamente efetiva. Existem cenas que, apesar de extensas, estão muito bem conseguidas, seja pelo diálogo interessante e motivado, seja pela cinematografia e mood apresentados por Lukasz Zal (conhecido por 'Cold War' e 'Ida'), com a escolha do 1.33:1 a que já nos habituou, entregando neste filme planos memoráveis. Lukasz Zal é neste momento um dos melhores diretores de fotografia do mundo e faz um trabalho sensacional neste filme.
De ressalvar o trabalho muito bom da equipa de Production Design que apresenta aqui sets incríveis, com cores fantásticas e em sintonia com o que a história implorava.
Memorável também a participação dos atores Toni Collette e David Thewlis que me deixaram a sorrir de contentamento com o seu talento nos seus personagens como mãe e pai do namorado.

Reconheço que a segunda visualização da obra e a procura por mais informações sobre o livro me deu capacidade de admirar todos os detalhes e pontas que antes achava soltas e, por isso mesmo, sugiro que o filme seja revisitado.
Neste momento o filme está disponível na Netflix e recomendo vivamente.
Falando em filmes complexos, já viram Tenet? Disponível neste momento para alugar digitalmente e Blu-Ray.
Poderão ver a minha análise aqui: TENET
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